
Desde a metade deste mês, Gaievski diz que está sofrendo perseguição política e usa como exemplo o fato de usar a numeração 45 no presídio em que está detido em Francisco Beltrão, cidade também no Sudoeste. Nesta segunda, ele chegou ao fórum em um camburão do Departamento Penitenciário do Paraná, abraçado a um travesseiro do presídio e fez a questão de exibir o número de presidiário gravado no travesseiro. Segundo ele, a numeração é uma espécie de deboche político por representar o PSDB, partido rival ao PT, ao qual pertence. A Secretaria de Justiça desconsiderou a acusação feita por Gaievski.
Gaievski chegou ao fórum sem ter acesso à imprensa, que o aguardava. O advogado Samir Mattar Assad voltou a dizer que o processo tornou-se nulo a partir de uma declaração do então defensor do ex-prefeito feita ao Ministério Público incriminando o próprio cliente. “É uma novidade que foi ocasionada pelo próprio MP a partir do momento em ele colhe uma declaração criminosa do advogado em desfavor do próprio cliente e junta ao processo”, diz. Assad afirma ainda que nos depoimentos das supostas vítimas existem contradições “tão gritantes que comprometem a acusação do MP”. O antigo defensor do ex-prefeito foi procurado para se defender das acusações feitas contra ele, mas não foi localizado pela reportagem até as 18h desta segunda.
Natalício Farias, advogado das vitimas, afirmou que Gaievski deixou de responder a várias perguntas na primeira parte do depoimento nesta segunda. “Eu acredito que já é uma presunção de culpabilidade”, declara. Segundo ele, o acusado preferiu falar sobre seus oito anos de administração na prefeitura local a responder as perguntas. “Sobre os fatos em si ao invés de ele fazer a sua autodefesa ele está somente acusando”, observa.