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HISTORIA: A perigosa amizade de Fidel Castro com a família Rockefeller



[Imagem: castroyrockefeller.jpg]
David Rockefeller e Fidel Castro

A confissão feita por David Rockefeller em suas memórias circula incessantemente através da Internet:

Citar:For more than a century ideological extremists at either end of the political spectrum have seized upon well-publicized incidents such as my encounter with Castro to attack the Rockefeller family for the inordinate influence they claim we wield over American political and economic institutions.

Esta citação refere-se a algumas alegações sobre o encontro ocorrido no Pratt Harold House, em Nova York, a sede do Conselho de Relações Exteriores, durante a celebração do 50º aniversário da ONU em 1995. Desta vez, em vez de os personagens principais da democracia mundial, representantes de movimentos terroristas e dos governos mais anti-americanos totalitários foram convidados, entre outros, Yasser Arafat, Jiang Zemin e Fidel Castro.

Castro, em particular, foi convidado pelos Rockefeller para a casa de sua família em Westchester County. Aqui, ele foi apresentado para a elite social de Manhattan, os representantes do jet-set, os intelectuais e a elite financeira dos EUA e do poder político.

No entanto, esta não foi a primeira nem a última vez que os Rockefeller homenagearam o ditador cubano.
Fidel Castro tem sido o líder latino-americano que mais vezes tem sido apresentado no Conselho de Relações Exteriores (CFR), sob a direção de David Rockefeller.

Como veremos, Fidel Castro foi recebido por David Rockefeller em pelo menos duas reuniões anteriores do CFR: em 1955, enquanto preparava a sua expedição contra o regime de fato do general Batista, e em 1959, logo após o triunfo revolucionário. (Em ambas as ocasiões, o mestre de cerimônias era um agente CFR chamado William Wieland, sobre os quais falaremos oportunamente.)

Com o colapso da União Soviética e do bloco comunista em 1991, o governo de Castro saiu atrás de fornecedores ou de qualquer parceiro comercial. Nestes precisos momentos, Peggy Dulany, filha de David Rockefeller, convidou várias empresas norte-americanas, professores de escola e especialistas organizacionais para viajar com ela para Havana, onde manteve conversas com seus colegas acadêmicos e com funcionários cubanos em frente da indústria leve e pesada.

Por sua parte, desde os anos sessenta, Abby, o irmão rebelde da Marxistóide Peggy Dulany, tem sido um fervoroso admirador de Castro.

Além disso, o pai de Abby e Peggy Delany, David Rockefeller, é o atual presidente dos norte-americanos para o Comércio humanitário com Cuba (AHTC), que foi fundada em 1998 e é o principal grupo lobista no Congresso dos EUA para o levantamento do embargo contra Cuba.

Além disso, David Rockefeller promoveu Programa de Estudos Cubanos do Centro de Estudos Latino-Americanos da David Rockefeller Center of Harvard University.

Através do currículo do Rockefeller Center, centenas de profissionais e cientistas das instituições do governo cubano se beneficiaram de bolsas de estudo e cursos livres na elitista Universidade de Harvard. Como resultado, as instituições científicas de Castro estão na melhor posição para desenvolver as vacinas do AIDS ou armas de destruição em massa para os terroristas e os movimentos radicais.

Morover, em Fevereiro de 2001, David Rockefeller visita a Cuba com uma delegação de 19 importantes personalidades CFR americanas financeira, política, mídia e acadêmico.

Como em suas viagens para a ex-URSS, que preparou a queda do bloco comunista, e para a China, que abriu a porta das finanças internacionais para Pequim, a visita de Rockefeller à ilha foi decisiva para o futuro do regime de Castro.

Após a visita de David em Havana, através de seu trabalho a partir do AHTC e com a ajuda da comissão de seu parceiro Kissinger, EUA tornou-se novamente o principal fornecedor e parceiro comercial de Cuba.

Graças a Rockefeller, o comércio entre EUA e Cuba já ultrapassou um bilhão de dólares, apesar da disputa com a ilha, o embargo comercial e pressão assim chamado de cubano-americanos dos deputados e senadores. Isto definitivamente impediu o colapso do regime de Castro.

A atração de Fidel Castro pelos Rockefeller pode ser visto como uma excentricidade de milionário, mas, à luz dos fatos revelados, é absolutamente incompreensível.

Ninguém sabe por que, no início dos anos 50, as grandes companhias petrolíferas norte-americanas instalaram quatro refinarias em Cuba para processar petróleo da Venezuela, em vez de instalá-los no país. Eles tinham uma capacidade de 300 mil barris por dia, dez vezes o futuro precisa da ilha, em momentos de pleno desenvolvimento.

As duas refinarias mais importantes de Cuba eram de propriedade da Standard Oil de Cuba, um dos maiores investimentos dos Rockefeller na América Latina durante os anos 50, sem levar em consideração as suas vastas posses da United Fruit Co. na região norte no leste de Cuba.

Apesar de ter perdido todas as suas propriedades em Cuba por causa de confiscos do governo de Castro, os Rockefellers sempre manifestaram seu afeto para Fidel Castro.

Em agosto de 1959, apesar das apreensões, Nelson Rockefeller disse admirado: “Acho que Fidel Castro está fazendo um ótimo trabalho.” Já, em 24 de dezembro de 1958, Rockefeller havia dado brindes para Castro quando ele fez uma festa no Waldorf Astoria, chamada “Fiesta Cubana”, no qual expressava suas esperanças de um novo governo de Cuba.

A família Rockefeller não é apenas uma das celebridades mais ricas e famosas, mas um dos clãs mais influentes e poderosos do mundo. Talvez, como veremos, o mais influente e poderoso. Nada do que qualquer um dos Rockefeller fizer ou disser, pode ser tomado levianamente.

De fato, o carinho de Rockefeller com Castro vai além de mero capricho, mas sim o resultado de uma longa relação que envolve os interesses particulares do clã e os planos de longo prazo da elite financeira global.~

Fonte: Rafapal e havanaschooleng

Comentário do blog:

Bem interessante que esta história venha à tona, pois ajuda a entender melhor o porquê do mundo ser polarizado com ideologias políticas. Quando todo mundo acha que existem lados opostos que brigam pelo poder, constatamos que tudo foi criado propositalmente para nos enganar. Quando a humanidade achava que ideologia política é como ser torcedor de um time de futebol, vemos que todos o movimentos ideológicos são na verdade controlados pela mesma elite financeira que está no poder há milênios.

É por este motivo que o blog Caminho Alternativo se opõe a qualquer ideologia política, pois tudo é financiado pelo mesmo grupo, e este grupo é o movimento sionista. São os sionistas que sempre financiaram terroristas, radicais e todo o resto de dissidências, apresentando-os ou como aliados ou como inimigos, dependendo apenas de seus interesses financeiros no momento.

Pois bem, agora fica a questão de Che Guevara. Por quê ele foi assassinado pela CIA? Lendo o artigo acima, e levando em conta que todos os homens que se opuseram aos interesses da elite sionista foram assassinados, como Kennedy que queria intervir no FED, é possível entender que quando há interesses financeiros e sede pelo poder, não há espaço para homens idealistas. Homens idealistas são comprovadamente assassinados por aqueles que detêm o poder, foi assim com Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Kennedy e vários outros.

Num artigo publicado pela Isto É em 1997, se descobre que na verdade, a CIA assassinou Guevara com o apoio total de Fidel Castro, ou seja, Castro foi cúmplice na morte de Che Guevara.

Levantando mais questionamentos sobre este assassinato. Teria a ordem partido de um escalão mais alto? Teria os Rockefeller mandado Fidel assassinar Che Guevara? Estaria Che Guevara sendo um empecilho para os planos financeiros entre Castro e os Rockefeller? Acompanhe no artigo:

Entrevista retirada da revista ISTO É:


A traição do comandante – 8/10/1997


Por: Rosely Forganes, de Paris

Num relato inédito, o ex-chefe da espionagem cubana e maior amigo de Che na guerrilha revela como Fidel isolou Guevara na Bolívia, negou-lhe armas e o conduziu para a morte.

Às vésperas do 30º. aniversário do assassinato de Ernesto “Che” Guevara, neste 9 de outubro [texto de 8/10/1997], seu mais próximo companheiro de jornadas revolucionárias acusa: Fidel Castro traiu o amigo de Sierra Maestra e o mandou para a morte nas selvas da Bolívia. Os serviços secretos cubanos mentiram para Guevara e fizeram com que ele caísse numa armadilha. Fidel poderia ter tirado o Che da enrascada boliviana, mas preferiu abandoná-lo à própria sorte. Mais ainda, os restos do Guevara que foram encontrados em junho na Bolívia teriam passado 12 anos em Cuba antes de serem enterrados novamente para ser “descobertos” a tempo das comemorações dos 30 anos. Ou então não são os restos do guerrilheiro. Quem dispara essa metralhadora giratória de graves acusações é ninguém menos que Dariel Alarcón Ramírez, o “comandante Benigno”, cubano, 58 anos. Hoje historiador exilado na França, ele é um dos três guerrilheiros que ainda estão vivos, entre os cinco que sobreviveram à campanha do Che na Bolívia. “O que Cuba está fazendo com a comemoração da morte do Guevara é uma vergonha, um insulto à memória e ao ideal de um homem que deu tudo, até a própria vida, em busca de um mundo melhor. Eu me pergunto como Fidel tem coragem e cinismo para fazer isso”, acusa. “Já exploraram a memória do Che, seu exemplo, sua coragem, seu idealismo. Agora, vão explorar seus ossos.”

Por causa de seu prontuário de revolucionário impecável, as acusações de Benigno têm o efeito de uma bomba atômica para o regime cubano. Toda sua vida foi ligada à do Che. Camponês analfabeto, Alarcón entrou para a guerrilha aos 17 anos, lutou na Sierra Maestra ao lado de Guevara e de Camilo Cienfuegos. Até o nome de guerra “Benigno” foi inventado pelo Che, que o considerava um homem bom e leal. Ele aprendeu a ler e escrever com Guevara na selva, chegando até o nível do ginásio com exames passados entre dois combates. Foi guarda-costas do Che em diferentes épocas, lutou novamente ao seu lado na fracassada operação do Congo e foi escolhido por ele para formar a elite dos guerrilheiros na Bolívia. “O último cubano com quem Guevara falou antes de morrer fui eu”, conta Benigno, que conseguiu escapar da Bolívia ferido, com cinco companheiros, com a cabeça a prêmio e duas divisões de “rangers” do Exército boliviano atrás deles. Depois de uma fuga espetacular através do Chile em 1968, Benigno voltou a Cuba e ocupou altos postos na hierarquia do regime comunista até dezembro de 1995, quando se exilou na França. Atualmente, mora no Sul da França, mas recebeu ISTOÉ num apartamento na periferia de Paris.

Por que Fidel Castro trairia Guevara? “O Che era, junto com Fidel, o homem mais popular de Cuba e o único que podia discordar dele, dizer o que pensava”, conta. “Fidel foi muito esperto. Guevara era duro na queda. Ele era o revolucionário mais inteligente de Cuba, brilhante, incorruptível, adorado pelo povo. O Che nunca foi visto como um estrangeiro (ele era argentino de origem), era mais cubano do que nós. Não dava para inventar mentiras sobre ele, prendê-lo, assassiná-lo, provocar um acidente, nada. A única maneira de se livrar dele era fazer o que Fidel fez.” Segundo Benigno, a traição começou quando Fidel instigou o Che a lutar fora de Cuba. “Em abril de 1964, Guevara se reuniu com Fidel para dizer o que pensava dos rumos da revolução e da dependência cada vez maior de Cuba em relação aos soviéticos. A reunião durou 24 horas. Ninguém sabe exatamente o que foi dito, mas ao sair do encontro Che decidiu deixar Cuba. Ele não foi para o Congo para cumprir uma missão de Fidel, mas sim porque não tinha alternativa. Sua lealdade a Fidel impedia que ele lhe fizesse oposição publicamente.”

A missão africana foi um fiasco completo e muita gente até hoje não entende como o comandante guerrilheiro, com tanta experiência militar, foi se meter numa aventura daquela. “A verdade é que não havia nada preparado. Foi uma surpresa para os africanos e até para nós, os cubanos que o acompanhavam”, conta Benigno. “Quando o Che foi para o Congo, Fidel pediu que ele escrevesse uma carta, que pudesse livrar a responsabilidade dele diante dos soviéticos e não comprometer Cuba.” Nessa carta, o número dois do regime se despedia do povo cubano, renunciava à nacionalidade, aos cargos, aos títulos, a tudo. “A condição foi imposta por Fidel, embora os termos não tenham sido ditados por ninguém.” Benigno diz que o acordo era que aquela mensagem só seria divulgada se o Che morresse ou se chegasse à vitória em algum país. “Foi só Guevara virar as costas e Fidel divulgou a carta. Ele sabia exatamente o que estava fazendo. Nós não tínhamos percebido isso. Estávamos no Congo, ouvindo o rádio e quase chorando de emoção com a carta que Fidel estava lendo quando Guevara, furioso, deu um chute no rádio e praguejou: ‘O culto da personalidade não acabou com Stálin. Intencionalmente ou não, eu acabo de desaparecer da cena internacional.’ E foi sentar num canto, visivelmente abalado, sem falar com ninguém”, diz Benigno.

De volta a Cuba, Guevara foi para Piñar del Rio preparar a nova luta, na Bolívia. “Mas os serviços secretos cubanos o enganaram em tudo. Eles garantiram que o Partido Comunista Boliviano (PCB) aderiria em massa ao projeto revolucionário. Só que Mario Monje, o secretário-geral do PCB, não queria saber de luta armada, muito menos do Guevara e tinha deixado isso bem claro aos dirigentes cubanos.” Para Benigno, Monje pode ser um covarde, mas não um traidor, como geralmente se acusa. “Ele foi praticamente forçado pelo governo cubano a dizer que aceitava o plano guerrilheiro, senão não deixavam que saísse de Cuba”, diz.

“Guevara chegou na Bolívia crente que ia encontrar Mario Monje assim que desembarcasse. Pensou que haveria toda uma logística à nossa espera – comida, remédios, armas, contatos, comunicações. Tudo o que nós encontramos foi uma casa coberta de zinco e um forno. Para comer, tivemos que fazer uma horta. Até os mapas da região que o Che tinha eram imprecisos ou incorretos”, lembra. “O Monje foi passear num festival na Bulgária e, na volta, impediu os membros do PCB de se juntar à guerrilha. Os 60 combatentes do partido, que foram treinados em Cuba e deveriam ter sido recebidos por Tânia, foram ‘desviados’ por Monje e nunca chegaram.” Tânia era o codinome de Tamara Bunke, agente cubana de origem alemã que se incorporou à guerrilha do Che.

Segundo o relato de Benigno, a guerrilha do Che na Bolívia rapidamente se revelou a crônica de uma morte anunciada. “Nossos esforços para entrar em contato com Cuba eram patéticos. Nós tentávamos, desesperadamente, pelo rádio ou através das pessoas que deveriam servir de agentes de ligação. Nada, nunca”, lembra. “Só quando o Che já estava na selva ele se deu conta de que caíra numa armadilha. Era evidente, mas ele não dizia nada a ninguém. Esse era um defeito dele, nunca ter discutido isso conosco, seus homens, que estavam lá arriscando a pele com ele. Alguns, que tinham feito parte dos serviços secretos e sabiam do que estavam falando, chegavam a dizer: ‘Estávamos incomodando, eles nos mandaram para cá para se livrar de nós.’ Quando íamos muito longe nas críticas, o Che resmungava: ‘Vocês não acham melhor parar de falar tanta *****?’ e ia embora. O que era inconcebível, visto como ele era severo”, lembra Benigno. “Ele nos colocava de castigo por coisas bobas, imagine por estar questionando a revolução em voz alta. Isso nos dava a certeza de que ele estava de acordo, embora não admitisse em público. Foi fiel a Fidel até as últimas consequências, ao preço da própria vida, demonstrou lealdade absoluta, inclusive a quem o traiu e o enviou à morte”, se emociona Benigno.

O ex-comandante diz que os agentes do serviço de informações cubano sumiram assim que eles chegaram à Bolívia. “O último a desaparecer foi Renán Montero, que vivia legalmente na Bolívia, com todos os documentos em ordem. Ninguém nem sabia que ele era estrangeiro, os documentos diziam que ele era de Cochabamba. Então, Renan diz que tem que ir a Paris renovar os documentos. Você já viu alguém renovar documentos bolivianos em Paris? Mesmo que fosse necessário renovar alguma coisa, na Bolívia, com um punhado de dólares você faz documentos verdadeiros, nem falsificar precisa. E ele desaparece durante meses! Ficamos incomunicáveis desde os primeiros momentos. O rádio que nos deram não funcionava e Renán, que foi para Paris, de onde podia falar com Cuba, sabia perfeitamente disso”, acusa. “Ele mesmo ficou de comprar outro transmissor, que nunca chegou. Enquanto isso, a rádio cubana continuava pedindo que mandássemos notícias! E Renán esteve em Cuba, com Fidel, que deu ordem para que ele não voltasse à Bolívia.”

O comandante Benigno não tem dúvidas de que era possível tirar Che Guevara da armadilha boliviana. “Se Fidel quisesse, ele poderia, nem que fosse para tirar só o Che. Nós teríamos aceitado sem pestanejar. Cuba poderia ter colocado um, dois, três milhões de dólares na mesa e comprado as pessoas certas. O governo boliviano estava dividido. Mas isso nem era necessário. A Bolívia até hoje é um país onde você entra e sai como quer, por onde quer. Imagine então em 1967”, compara. “Nós, os cinco sobreviventes das guerrilhas, provamos que era possível. Sozinhos, feridos, exaustos, com duas divisões do Exército atrás de nós, conseguimos caminhar três mil quilômetros, sem ajuda de ninguém, e sair pelo Chile.”

UM PÉRIPLO SINISTRO

Fugindo do Exército boliviano em outubro de 1967, Benigno estava a menos de 200 metros do local onde Che Guevara foi assassinado, na escolinha do paupérrimo povoado de La Higuera, a quase 800 quilômetros de La Paz, sem saber que seu líder e amigo se encontrava ali. Ao perceber a aproximação dos soldados, os guerrilheiros se separaram em três colunas para facilitar a fuga. Benigno chegou a ouvir os tiros que mataram Guevara, mas só mais tarde soube o que aconteceu. Durante anos, ele desconfiou da história do desaparecimento do cadáver do Che. Utilizou suas relações nos serviços secretos cubanos para investigar. Em maio último, esteve na Bolívia, pouco antes de os restos serem encontrados junto com os de outros seis guerrilheiros. “Desde que se começou a falar no cadáver do Che Guevara, logo depois de sua morte, foi dito que ele estava enterrado no final da pista do aeroporto de Vallegrande. Mas também sempre se falou em três corpos, não em sete: ‘Willi’ (Simeón Cuba), o ‘Chino’ (Juan Pablo Chang Navarro) e o Che”, diz.

Entre 8 e 9 de outubro de 1967 morreram sete combatentes da guerrilha, mas o que ninguém lembra é que quatro morreram no dia 8: ‘Pacho’, ‘Antônio’, ‘Arturo’ e ‘Aniceto’.” Eles morreram de manhã, na quebrada do Churo (local onde Guevara foi capturado). Os corpos foram levados a Vallegrande à tarde. No dia 9, os quatro foram sepultados ao lado do grupo de Joaquín (líder da outra coluna da guerrilha, que tinha se perdido do grupo principal. Ele e os oito guerrilheiros que o acompanhavam foram mortos numa emboscada do Exército no dia 31 de agosto).

“Por um acaso terrível eu estava a 200 metros de onde eles estavam sendo assassinados, sem saber que estavam lá. Ouvi a primeira rajada às 12h30 e depois fiquei sabendo que era o Chino. Às 12h45 foi a vez de Willi. Mataram o Che às 13h. Seu corpo foi levado de helicóptero para Vallegrande, onde chegou à tarde, e colocado na lavanderia do hospital. Che só foi sepultado ao amanhecer do dia 11, junto com os dois outros, Chino e Willi. Você pode me explicar como é que agora os restos do Che foram encontrados junto com seis ossadas (identificadas como sendo as de Willi, Chino, Aniceto, Antonio, Pacho e Arturo)?”

A operação de retirada do corpo de Guevara para enviá-lo a Cuba nada fica a dever aos contos de Edgar Allan Poe. Essa história nunca foi contada antes. Pouquíssimas pessoas participaram da sinistra empreitada, 12 anos atrás, e Benigno levou anos para juntar os pontos. “Em 1985, com a ajuda de um padre, cujo nome não posso revelar por razões de segurança, foi feita a exumação dos restos do Che no mais estrito segredo. Esse padre mostrou o lugar exato onde ele estava enterrado. Sem o conhecimento do governo boliviano, é claro. Os restos do Guevara chegaram a Cuba numa mala diplomática”, para serem identificados. Segundo Benigno, essa mala foi parar no Departamento Américas do Comitê Central, em mãos do comandante Manuel Piñeiro Lozada. “Eu não posso garantir se, nesse momento, Fidel sabia da operação. Acredito que não, que Piñeiro quis fazer uma surpresa a Fidel. Para manter o segredo absoluto, Piñeiro convocou um médico de sua confiança, o dr. Damian, conhecido por sua mediocridade. Ele era tão incompetente que não conseguiu identificar os ossos e simplesmente determinou que não se tratava do Che. Então, os restos foram colocados numa valise e não sei mais o que aconteceu.”

Benigno considera que esses ossos encontrados agora em Vallegrande são os do Che? “Para mim não, mas eu não sou especialista. E também não posso garantir que os restos levados em 1985 não voltaram por alguma via miraculosa, nem sei onde teriam ficado guardados. Podem ser verdadeiros e ter sido reunidos aos ossos dos outros guerrilheiros. O que eu posso garantir é que os restos do Che foram tirados da pista do aeroporto em 1985. Eu sei, inclusive, que isso causou problemas entre os governos boliviano e cubano. E agora deve sair uma lista com os nomes das pessoas que teriam participado dessa maquinação. Parece que houve negociatas e Bánzer (o presidente Hugo Bánzer) mandou investigar.”

Qual seria o objetivo do governo cubano com essa manobra macabra? Benigno não sabe responder, mas garante que a descoberta dos ossos agora foi planejada. “Este é o ano do Che Guevara e de seus companheiros. Os restos apareceram no momento exato. Eles foram encontrados em junho passado. No próximo dia 8 de outubro vai ser inaugurado o Mausoléu de Santa Clara, em Cuba (onde os restos de Guevara serão depositados). Me desculpe, mas uma coisa assim não se projeta em poucos dias. É evidente que esse monumento já estava preparado há muito tempo. O objetivo é levar turismo a Cuba”, acusa Benigno. “O mausoléu vai se transformar num centro turístico mundial – e em dólares que vão diretamente para o bolso de Fidel, não para o povo.”

A LENTA DESILUSÃO

Nos últimos 38 anos, entre uma guerrilha e outra, o comandante Benigno integrou a burocracia do Partido Comunista que dirige Cuba com mão-de-ferro desde 1959. Foi diretor da Logística das Forças Armadas, chefe da Polícia Militar de Havana, diretor das prisões (que, segundo ele, tentou humanizar), fez parte do serviço de informações e da contra-espionagem. Também dirigiu as “escolas especiais” (centros de treinamento de guerrilheiros para lançar a revolução mundial, os mil Vietnãs de que falava o Che) desde sua criação em 1962. Nessa qualidade, ele treinou combatentes do mundo inteiro, inclusive brasileiros.

Mas depois de tudo o que ele viveu no Congo e na Bolívia, por que Benigno retornou a Cuba? Como acreditou novamente em Fidel Castro? O ex-comandante suspira, sacode a cabeça, abre os braços. “Você tocou no ponto essencial. Até hoje eu não me perdôo, tenho raiva de mim mesmo. Fidel tem um poder de persuasão incrível. Eu, como todo mundo, o adorava. Mesmo com a minha desconfiança, eu não imaginava que ele fosse capaz daquela traição. Na época, eu punha a culpa em Miguel Piñeiro, responsável da América Latina. Eu achava que Fidel também estava sendo enganado. Ele falava do Che com uma admiração, uma paixão, que nós ficávamos de boca aberta. Você ficava se achando mesquinho de desconfiar dele”, conta Benigno.

Para o ex-guerrilheiro a desilusão final com o regime que ele ajudou a criar só veio com o caso do general Arnaldo Ochoa, amigo dele desde Sierra Maestra. Ochoa foi fuzilado em 1989 junto com os irmãos La Guardia, acusados de narcotráfico. “Eu não podia mais fechar os olhos. Eu sabia que absolutamente tudo o que eles faziam era a mando de Fidel, que foi amigo deles a vida toda. Ochoa era um dos homens mais populares de Cuba, um herói nacional. Os gêmeos La Guardia também, e desde a vitória da revolução eles faziam pesca submarina – o que Fidel gosta mais na vida –, um de cada lado dele. E Fidel fuzila os dois! Aí decidi: tenho que ir embora.” Mas a ruptura só ocorreria seis anos depois. “Aceitei um convite para vir a Paris, no dia 30 de setembro de 1995, para um encontro de escritores, consegui trazer minha família e fiquei por aqui.” Hoje em dia Benigno não chega a viver na clandestinidade, mas o próprio governo francês pediu para que ele tomasse cuidado. Um grupo de contra-espionagem cubano – um general e mais de 20 oficiais – esteve na França recentemente tentando localizá-lo. O antigo companheiro do Che tem recebido ameaças e foi objeto de uma campanha de difamação. “Eu sei que a minha saída abalou muito Fidel Castro. Ele ficou furioso, inclusive porque eu não fui para Miami me juntar aos outros resistentes ou ganhar dinheiro nos EUA. Se Fidel Castro puder provar, com fatos, que não traiu o Che, que não o abandonou na Bolívia, eu volto a Cuba e me entrego para receber o castigo merecido. E assino um documento reconhecendo meu erro”, desafia Benigno.

O veterano revolucionário teme que a morte do comandante mergulhe a ilha num verdadeiro banho de sangue porque o sucessor designado, o primeiro-irmão, Raúl Castro, “é um bêbado e incompetente e seria tentado a se impor pela força”. Benigno diz que Fidel está muito mal de saúde. “Ele tem problemas respiratórios e pulmonares graves, não se sabe se é câncer ou não. Ele foi proibido totalmente de fazer uma das coisas que mais gosta na vida, a pesca submarina”, revela. “Também está proibido de fumar e, nos últimos tempos, evitar ao máximo falar em público. As pessoas se perguntam por que num país tão quente Fidel anda sempre de casaco. É que ele precisa esconder uma camisa térmica, que usa desde os anos 70, para esquentar os pulmões e os brônquios. Pelo que se sabe, o fígado também foi atingido e está afetando o cérebro, o que faz com que ele perca a razão. Também está com mal de Parkinson.”

E o ex-guerrilheiro reserva a estocada final para o dirigente cubano: “Depois de trair Guevara, de ser o responsável pela sua morte, Fidel Castro tenta ainda utilizar o cadáver do Che, como vem fazendo há 30 anos. Todo mundo já entendeu que cada vez que Fidel agita o retrato de Guevara é para obrigar o povo cubano a apertar mais o cinto. É triste que tenha que ser um cubano a dizer isso, mas essa comemoração é uma ofensa à memória e aos princípios nobres pelos quais morreu o Che. Ele ficaria revoltado com o que está acontecendo em Cuba.”

FONTE: antinovaordemmundial.com

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